Nos últimos anos, a inclusão tem ganhado cada vez mais espaço e se tornou uma pauta urgente em diversas áreas. No mundo da moda e da beleza, isso não seria diferente.
Apesar de a moda inclusiva estar em alta, ainda existem muitas dúvidas sobre o que ela realmente significa. Por isso, antes de entender por que as marcas estão investindo nisso, vamos explicar o conceito de moda inclusiva.
O que é moda inclusiva?
Quando falamos de moda inclusiva, muita gente pensa apenas em pessoas com deficiência física ou intelectual, mas a proposta vai muito além disso. Moda inclusiva é sobre vestir todos os corpos: pessoas gordas, magras, altas, baixas, com diferentes identidades de gênero, idosas, com mobilidade reduzida e por aí vai.
É pensar em roupas que, de fato, sirvam para todos, com modelagens adaptadas, tamanhos reais, aberturas funcionais, tecidos confortáveis e peças que respeitem o corpo de quem as veste. É sobre acesso, autonomia, estilo e representatividade.
Por que as marcas estão investindo em moda inclusiva?
Além de atender a uma demanda real de milhares de consumidores, a moda inclusiva se tornou um posicionamento de marca. Hoje, consumidores, especialmente os da geração Z, cobram das marcas um compromisso com a diversidade e não toleram mais discursos vazios. Quando uma marca é percebida como excludente, as consequências são rápidas: queda nas vendas, críticas nas redes sociais e danos à imagem.
Um exemplo clássico é o da Victoria’s Secret, que durante anos foi criticada por reforçar padrões inalcançáveis. O desfile anual foi cancelado em 2019, após sucessivas quedas de audiência e pressão por mais diversidade. Em 2024, a marca tentou se reinventar, incluindo modelos negras, plus size e trans, mas ainda enfrentou críticas por manter uma maioria de modelos padronizadas.
Já marcas como O Boticário vêm apostando em ações concretas de inclusão. Em 2023, a empresa lançou uma linha de pincéis articulados pensada para pessoas com dificuldade de mobilidade. A repercussão foi extremamente positiva, gerando engajamento, admiração do público e reforço de marca, ou seja, investir em moda inclusiva é um bom negócio. Gera identificação, aumenta o alcance da marca e impulsiona as vendas. No entanto, ainda há um longo caminho a ser percorrido, especialmente pelas fast fashions.
Moda inclusiva e o desafio das fast fashions
As grandes redes de varejo geralmente produzem roupas para um padrão corporal “médio”. No Brasil, por exemplo, muitas peças são pensadas para o corpo retangular. Isso exclui muitas pessoas que têm outros tipos de corpo e acabam não encontrando seu tamanho ou caimento ideal.
Além disso, peças maiores (como calças tamanho 54) são raras e, quando existem, costumam custar muito mais. Muitas vezes, essas pessoas também precisam pagar por ajustes, tornando o acesso ainda mais difícil.
Há também a questão das adaptações funcionais. Pessoas com deficiência motora, por exemplo, raramente encontram roupas adaptadas nas lojas comuns. Geralmente elas precisam comprar peças “padrão” e levá-las à costureira, o que encarece o processo e torna o vestir um desafio.
Por isso, apoiar marcas inclusivas é um passo importante. Mesmo que você não pertença a esses grupos, seu consumo consciente pode impulsionar mudanças no mercado. A seguir, listamos algumas marcas que estão fazendo a diferença.
Tommy Hilfiger
Com a iniciativa de oferecer uma moda mais inclusiva, a Tommy criou a linha Adaptive, que traz os itens comuns da marca com modificações para a utilização por pessoas com deficiência, ou seja, você encontra a mesma peça tanto com a modelagem comum quanto com as adaptações.
As peças são funcionais, com soluções invisíveis, como fechos magnéticos, aberturas e elásticos que facilitam vestir a peça, mas, principalmente são estilosas, o que é muito importante, pois quando se trata de moda inclusiva, a maioria das peças é básica. Os tamanhos vão do PP ao EGG.
A Tommy foi a pioneira ao incluir na marca uma linha fixa para pessoas com deficiência, com a qual eles pretendem atender cada vez mais grupos de pessoas que necessitam de peças com adaptações especiais.
Led
A Led é uma marca brasileira que produz peças agênero, voltada para o público LGBTQIA+. Ela foi criada por Célio Dias, que define o conceito da sua marca, como ‘‘uma marca que faz roupas para corpos, independente da configuração estética que eles assumam em suas relações sociais’’.
Possui peças coloridas, com trabalhos manuais e com dizeres engraçados, que possuem um toque de política e crítica.
Adapt& (Reserva)
A Adapt& é uma linha de roupas adaptadas da marca Reserva, feita em parceria com a Equal Moda, que atende às necessidades das pessoas que possuem deficiência.
Dentre as adaptações, há velcros em camisetas e no lugar de zíperes; puxadores adaptados; modelagem com melhor funcionalidade e zíperes nas laterais das calças. Tanto a Reserva, como a Adapt& possuem tamanhos que vão do PP ao GGG.
A Rebirth Garments possui roupas agênero que atendem o público PCD. As peças são totalmente personalizadas e não possuem tamanhos padrão, pois são feitas sob medida.
Ao acessarmos o site da marca encontramos este texto, que resume identidade, valores e existência da marca: ‘‘A Rebirth Garments desafia os padrões de beleza tradicionais que são de tamanho, capacitistas e que se conformam ao binário de gênero. Em vez disso, mantemos a noção de Radical Visibility, um movimento baseado na reivindicação de nossos corpos e, por meio do uso de cores brilhantes, tecidos exuberantes e designs inovadores, destacando as partes de nós que a sociedade normalmente evita.’’
Sislla
A Sislla é uma marca feminina especializada em modelagem curve e plus size. Os tamanhos vão do G ao G6 ou do 42 ao 56.
Ela trabalha com modelos clássicos que podem ser usados no trabalho, peças para o dia a dia, moda praia, peças esportivas, lingerie, pijamas e até peças para comemorações, como festa junina.
É uma marca que visa o empoderamento e o aumento da autoestima das mulheres, com peças de qualidade e super estilosas.
Lado B
A Lado B é uma marca que atende pessoas com deficiência, com peças femininas, masculinas e infantis. Além de roupas, a marca também possui diversos acessórios adaptados, como um tênis para pessoas com restrição de movimento ou que utilizam órtese. Os tamanhos vão do 36 ao 56.
Um grande diferencial da marca é que as etiquetas das peças são escritas em braile, informando o tamanho e a cor da peça.
A Equal Moda Inclusiva é uma marca brasileira que cria peças que visam conforto, funcionalidade e praticidade ao vestir. É uma marca que está sempre inovando e buscando novas alternativas para a maior comodidade das pessoas com deficiência. A marca trabalha com acessórios, como colares e brincos, roupas femininas (do P ao G) e até mesmo capas de chuva e faixas para cadeirantes, que mantêm os joelhos juntos.
A moda inclusiva precisa ser mais do que tendência – ela deve ser realidade. Para isso, o papel do consumidor é fundamental. Com pequenas atitudes, podemos impulsionar grandes mudanças. Afinal, moda e estilo são um direito de todos.
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